segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Primeiro Dia dos Pais

Estava eu folheando com minhas pimpolhas o livro “Exercícios de ser criança” de Manoel de Barros – elas gostaram, o livro é colorido, mas ainda não puderam ver as cores das palavras, ainda mais bonitas que as ilustrações (ou eu é que, pretensiosamente, achei isso) – quando me dei conta que elas vieram dos despropósitos: fora de hora, fora de peso, fora de lugar... Igual a mim, nem precisei ensinar, as duas já nasceram sabendo carregar água na peneira, como toda criança. Só que os adultos tratam de tirar isto delas antes mesmo que possam falar. Aqui não. Por isso, o primeiro presente do primeiro Dia dos Pais é um convite aos despropósitos. Será que ele vem?

ESCOLA DE DESPROPÓSITOS

Viemos para te ensinar os despropósitos.
Há quem cuspa,
não goste,
despreze.
Mas a gente gosta.
E para você que não costuma se ligar
nos olhares perdidos,
nós saímos do tom.
Não viemos com bula ou
manual de instrução,
mas tomamos medicação!
Algumas coisas se pode controlar,
como quando se banhar
ou a hora de alimentar,
mas a nossa fome
é fora de hora.
E para você que não costuma se ligar
nos silêncios,
vai se prender no sorriso que brotar dele.
Viemos para te ensinar
a fazer poesia na sua humilde matéria.
E se você não souber onde ela se esconde,
a gente mostra.
Pode dar numa caverna escura,
bem diferente das luzes coloridas da TV,
mas a gente te guia.
E se você tiver medo, pai,
pode deixar que a gente te abraça.
Dá a mão!

(28 JUL 2008)

Livros e mais livros...

Ísis, em sua primeira incursão pelo mundo dos livros, saboreou a folheada de páginas por nossos pobrezinhos livros de arte comprados na banca. Agora fica olhando direto pra estante até a gente abrir algum para ela ver. Papai mostra os livros de receita, quer que ela aprenda a cozinhar desde cedo!