domingo, 26 de dezembro de 2010

Rituais natalinos

Este foi o primeiro Natal em que elas realmente participaram. Apesar de termos feito tudo às pressas, conseguimos que esta data não passasse sem seus rituais. A montagem da árvore foi muito gratificante. Elas foram colocando cada enfeite, curtindo a abertura das embalagens, a descoberta de cada item que saía da sacola. Laís, como sempre mais organizada, abria o barbante e pendurava o enfeite com precisão. Enquanto isso, sua irmã tratava de desfazer o que estava pronto, extasiada com os penduricalhozinhos que ostentavam a figura do bom velhinho (“Papai Éu!”, como o chama). Depois de muitas broncas, ela ainda tentou carregar a árvore pela casa e retirava todas as bolas vermelhas, que eram prontamente recolocadas pela irmã, às vezes acompanhadas por beliscões, que a Laís tem um limite de paciência bem miudinho, como ela.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Canseira...

O vocabulário tem aumentado bastante, principalmente para a Ísis, que não tem medo de errar e sai repetindo tudo quanto é palavra que ouve. A diferença é que agora ela já sabe o que está falando, adequa direitinho às situações. Laís está mais reservada, demora para se acostumar aos novos acontecimentos (como sempre), mas também não fica atrás na hora da bagunça. Gosta de mandar, pegar os brinquedos da mão da irmã, o que acaba sempre em brigas... e mordidas. Mas ai de mim se eu for tomar as dores da Ísis, ela me bate e dá bronca: "Paia!"(para), nem parece que acabou de apanhar ou levar mordida... De tanto separar briga, catar brinquedo, varrer papel picado, correr para evitar uma possivel tragédia, etc e tal, só não fico magra por um motivo bem razoável: assim que elas dormem eu ataco a geladeira e vocês devem saber que não é para comer uma frutinha ou um copinho de iogurte! Dá-lhe biscoito recheado, chocolate, refri, pão francês, macarronada com queijo ralado e similares. E depois de um início de noite pra lá de agitado, durmo às duas para acordar às três pela tosse da Laís, que chora até a colocarmos na nossa cama. Daí pra diante é só canseira... Esperemos o sábado e o domingo para corrermos atrás delas (e da bola) na enorme quadra do condomínio, suando em bicas... Ê vidão!!! Se não fossem os assaltos noturnos à geladeira, quem duvida que eu já estaria um filé?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Repetição...ou não? (Síndrome do papagaio)


Bem, estou mais calma e aceitando melhor algumas coisas... As generalizações continuam e temo me cansar se ficar repetindo incessantemente que aquele animal não é au-au, e sim jacaré, passarinho ou macaco. Para as duas, todo animal é au-au, toda criança é neném, tudo que tem tecla merece um alô e ponto final. Apesar de trabalhar com educação, acho uma chatice ficar repetindo sem parar as palavras para que depois elas mostrem para os outros o que aprenderam... Parece que todo mundo que se aproxima fica querendo testar os conhecimentos da criança, mal nasceu e já está inscrita no vestibulinho: tem que saber dizer quantos anos tem, as cores, os números, etc e tal. Me aconselharam a comprar uns DVDs malucos que ficam repetindo sem parar as mesmas palavras para estimular a fala de bebês. Os tais já ganharam até prêmio! É tão bom que a palavra falada não casa com a imagem mostrada, e repete sem parar sem relacioná-la a alguma coisa que tenha lógica. Como nada é totalmente ruim, aparecem alguns (poucos) quadros lindos de pintores famosos e a música é clássica, igualmente linda! Laís relaxou que é uma beleza, mas acredito que para aprender as cores, não serviu! Comprei uns lápis coloridos e peço para elas pegarem esta ou aquela cor, mas não quero me estressar mais com isso. As palavras tem de aparecer naturalmente, a partir das situações vividas. Só assim farão sentido e serão, de fato, aprendidas. Vale lembrar que elas são crianças, não PAPAGAIOS!

sábado, 24 de julho de 2010

Pílulas de mãe

1. Fiz umas caixinhas de dobradura que aprendi com uma colega de trabalho. Laís brincou de tirar e encaixar de novo as tampas. Quando não consegue, pede minha ajuda. Ísis rasgou, curiosidade em saber o que tinha debaixo do papel usado (eram folhas de rascunho, já impressas de um lado).

2. A febre as faz mais sonolentas e carinhosas. No lugar da agitação, curtem aninhar-se no nosso colinho... três dias de puro aconchego...

3. Inútil distraí-las para que não prestem atenção nos episódios do CSI (o pai vê todos os dias), outro dia Ísis imitava o psicopata da tela, que parecia uma cobra com a língua de fora.

4. Tanta gente querendo perder peso por aí (inclusive eu!) e a Laís consegue fácil esta proeza, a cada consulta ela perde mais um tiquinho. Aposentamos o Sustagen e a pediatra receitou Fortin. É hipercalórico, tão bom que ela toma na mamadeira e recusa o almoço... Ô dificuldade!

5. A conta da farmácia tá maior que o Everest!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Desespero em se comunicar

Ísis resolveu me bater, puxar meu cabelo e me morder quando quer alguma coisa. O que dói (literalmente) é não sabermos o que é. Na maioria das vezes, fome, e é normalmente inútil pedirmos para que ela fale o que quer... "Fala, filha, o que você quer?" O engraçado é que ela já diz muita coisa, mas suponho que seja apenas por repetição, não porque entendeu realmente o que aquilo significa, ainda que só repita determinadas expressões nas situações certas. Será que, por nervosismo ou desespero, não consegue raciocinar na hora? Estão novamente doentinhas, e sem comer quase nada, vomitando a torto e a direito, deve dar mesmo um desespero de fome. A Laís abre logo a boca: "Qué mamá!", mas a irmã ainda precisa gritar e bater. Quando fui a uma palestra sobre surdos, a doutora sempre reforçava que eles, de uma maneira geral, mostram-se agressivos antes de aprenderem LIBRAS. O desespero de não conseguir se comunicar é algo impossível de se imaginar, deve ser muito ruim. Nessas horas tento me controlar e entender o lado da minha princesa. Está crescendo, já compreende muita coisa, mas a comunicação ainda é um grande problema pra ela. Crianças mais novas talvez não se desesperem tanto, o entendimento do que acontece em volta ainda é menor. Além disso, ninguém espera que uma criança de um ano ou de meses fale do que está precisando, a nossa cobrança é maior sabendo que ela já tem mais de dois anos... Bem, enquanto isso a gente continua apanhando, tentando adivinhar o que ela quer... mas sem nunca deixar de perguntar mais uma vez: "O que você quer, filha? Fala!"

domingo, 27 de junho de 2010

Em tempos de doença...é lazer zero!!!

Hoje elas voltaram a comer depois de mais dois episódios de infecção. Depois de sete dias a tosse continua à noite e a Laís vomitou hoje novamente. Não posso dar corticóide, eles têm limite de uso – que já foi mais do que ultrapassado. Na emergência a médica constatou otite e amigdalite na Ísis, mas a outra não tem nada, só catarro. Para eles parece algo tão simples, né? Alguma coisinha sem importância que faz a criança tossir o dia inteiro, não deixa dormir à noite e ainda vomitar o leite...é... não parece nada inofensivo. Estou no meu limite. Os episódios estão colados, às vezes elas ficam apenas dois ou três dias saudáveis. O remédio para prevenir custa 150 reais a caixa para cada uma, é um pó, não pode misturar no leite, nem na comida quente... direto na boca é impossível, elas jogam tudo fora vomitando... Quem tiver uma solução que me indique, mas eu estou seriamente pensando em tirar da creche e deixar em casa... Doentes, eu passo os começos de noite limpando vômitos, cocô, medicando, limpando narinas e inventando meios esdrúxulos para fazê-las comer alguma coisa. A madrugada é certa: acalmando tosses e colocando-as em pé, no colo, para facilitar a respiração. Desse jeito, quem agüenta trabalhar no dia seguinte? No fim de semana, é a mesma rotina, só que 24 horas no ar... Lazer zero! Meu lazer é vê-las dançar na frente da TV!

domingo, 23 de maio de 2010

Diário de uma escarlatina II

Amigos e família,

Não sei se ficou claro, mas apesar das postagens recentes, as informações são antigas. Fiquei um tempo desconectada, mas graças aos meus vizinhos estou de volta. No entanto, escrevi e guardei muita coisa, que estou publicando agora. Portanto, as datas a serem consideradas são as que estão no corpo da mensagem, ok?

Beijos.

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ANIVERSÁRIO EM PEQUENO ESTILO


Sábado, 27 de março de 2010.

Hoje é aniversário das duas e, como Laís ainda não está liberada para a vida lá fora até o fim do antibiótico, faltamos à festa da minha irmã de 6 anos (ela faz anos no mesmo dia) e resolvemos fazer uma festinha particular, só para nós quatro. Pendurei o painel que a tia Vanessa comprou para enfeitar a festa da escola (acabou não rolando), fiz brigadeiro de colher e compramos um bolo. Papai deu um jeito de posicionar a filmadora sem que ninguém precisasse pilotá-la a fim de registrar cada momento do parabéns. Foi difícil chamar a atenção delas para a foto, os coelhinhos do painel estavam mais interessantes. É impressionante como elas se divertiram... Bateram palmas, cantaram, comeram tudo, fizeram bagunça e ficaram tristes de me ver desmontar a parafernália. Laís não queria sair da mesa de jeito nenhum. Mesmo depois de tudo desfeito, ela voltou a sentar na cadeira (alta demais pra ela) e acabou caindo no segundo em que me virei para preparar a última mamadeira da noite. A máquina fotográfica trabalhou pouco hoje, depois de umas poucas fotos, só resolveu voltar a funcionar quando as pimpolhas já estavam dormindo. Bem, elas curtiram tudo, provando que festa de aniversário é sempre importante para qualquer criança, por menor que ela seja, e está tudo registrado, como manda o figurino. Isto é o que eu chamo de uma festa só para os íntimos, o resto é conversa. Uma pequena comemoração para uma pequena família.

Sábado. 03 de abril de 2010.

A doença, para nossa surpresa, segue seu curso e, quando pensávamos já termos nos livrado dela, a danada nos mostrou as garras. O corpo da Laís continuou descamando, começando nas partes ainda não atingidas, as mãos e pés. Uma colega de trabalho já havia me alertado sobre este fato, mas eu, diante da melhora evidente, não levei muita fé. A pediatra solicitou que ela permanecesse em casa até o fim destes sintomas e pediu que a gente controlasse a alimentação, o mais natural possível (ela não gostou nada quando eu disse que as duas comeram chocolate no aniversário). Eu voltando a trabalhar, fica meio complicado, elas devem ficar com o pai até as mãos da Laís descamarem totalmente. Com a movimentação intensa, a pele acaba saindo mais cedo do que devia, quando a de baixo ainda está sensível. Tenho feito massagens com óleo hidratante, como fiz no resto do corpo, mas nas mãos é esquisito, a pele é mais grossa, não funciona muito. Depois do banho é que fica molinha e acaba saindo naturalmente. Nos pés não sei o que fazer, passar óleo não dá, não sei se deixo de meia... Bem, ela odeia meia, vai acabar tirando, então a deixo descalça.

Eu pouco tinha ouvido falar de escarlatina, a não ser na música da bailarina, mas desde que minha filha teve, em todo lugar que comentamos o assunto aparece alguém que já teve. Como os médicos disseram, é bem comum, embora geralmente ela se apresente bem mais branda do que foi na nossa fofinha.

RESPEITANDO OS HORÁRIOS

Desde que voltei do hospital estou mantendo os horários da escola e, para minha surpresa, tive de dar razão ao meu marido, que sempre ficava em cima de mim para que eu respeitasse os horários, que seguisse uma rotina rígida... Agora vejo que ele está certo. Desde então não tenho tido problemas com as refeições – elas comem tudo – nem com a hora de dormir – elas dormem cedo. Tenho tido tempo para brincar, tempo pra mim, pra ver televisão e até para ler. Em contrapartida, como casal quase não estamos brigando, porque a maioria das nossas discussões girava em torno de um mesmo ponto: os horários. Como estou os seguindo à risca, são poucos os problemas. Nossas tarefas também estão melhor divididas. Ele prepara o leite da manhã, faz as compras, lava a louça e coloca o lixo fora. Eu preparo a mamadeira da noite, separo a roupa, dou banho e comida. O resto – que não é pouco – fica a cargo de nossas ajudantes e da escola, nos dias de semana. A rotina rígida me fez perceber que as crianças precisam de hora para tudo, e que isto traz tranqüilidade não só pra elas, mas pra gente também. Sem contar que as tarefas cotidianas, depois que você passa um tempo dentro de um hospital, passam a ter um colorido todo especial. Precisei passar por isso pra perceber como é bom estar em família, rir e dançar com minhas filhas, vê-las pular na barriga do pai ou escalar as estantes... Em qualquer lugar por onde eu passe, jamais serei insubstituível, a fila anda no meu trabalho se eu não estiver lá. Mas aqui, na minha casa, eu sou indispensável. Dois a um para o maridão, ele sempre chamava minha atenção pra isso também. Que bom que não dói nada dar o braço a torcer..

terça-feira, 6 de abril de 2010

Diário de uma escarlatina

Laís está internada com diagnóstico inicial de escarlatina. Pensávamos que não voltaríamos tão cedo aos corredores de um hospital, mas não houve jeito. Já completamos dois dias aqui e só hoje conseguimos desfrutar de uma pontinha de alívio. O quadro era tão feio que era impossível não entrar em desespero. Ela não tinha forças sequer para se sentar, e chorava a qualquer tentativa de tocar sua pele, que parecia queimada de sol. A pediatra também quis descartar a possibilidade da doença de Kawasaki (não sei como se escreve, depois pergunto ao Dr. Google) por isso pediu um ecocardiograma e a avaliação de um reumatologista. O eco deu normal, e o reumato ainda não veio. Acho que esta suspeita não vai se confirmar, ela está sem febre desde hoje cedo. -Ísis permaneceu em casa com a avó. Não pegou por pouco, estava tomando antibiótico por conta de um impetigo surgido no furo da orelha. - Os médicos e enfermeiros só adentram nosso quarto usando máscaras, mas os parentes e amigos que vieram visitar não demonstraram medo nenhum. Hoje, distraída com a lousa mágica que ganhou da tia-avó, Laís conseguiu suportar o incômodo do antibiótico na veia. Já brinca, os olhos desincharam, está menos vermelha e não reclama mais quando a tocamos. A pele descama em demasia, e afasta aquela “carinha de doente” que nos fazia tremer de medo de perdê-la. No entanto, sabemos que ainda há uma caminho a percorrer em direção a um completo restabelecimento, mas já não choro só de examinar seu rostinho... Meu olhar agora é de alegria, procuramos brincar com ela e esquecer que, de agora em diante, o mais importante é fazer com que este momento seja o menos doloroso possível... Quem sabe amanhã estaremos de volta para casa?



Domingo, 21 de março de 2010.

Estamos em casa. No carro, a caminho de casa, Laís não podia conter sua gargalhada, ficou radiante de ver o sol. Depois de quatro dias enclausurada, até eu perdi a noção da vida lá fora. Você não sabe se está chovendo, se está calor ou frio... No entanto, eu agradeci a Deus por ter ficado tão pouco tempo. Algumas mães passam seus dias e noites direto em hospitais. Peço perdão por ter reclamado.

Terça-feira, 23 de março de 2010.

Laís está bem melhor, a única coisa que a incomoda agora são as roupas, já que seu corpo está todo descamando e o calor reina. (Lá no hospital ela ficava no ar condicionado o dia inteiro, mas aqui em casa não dá. Na verdade também não queremos, nem eu nem ela. Ficamos tempo suficiente a janelas fechadas, sem sentir brisa nem ver a luz do sol. O pai ainda saía, mas eu sequer desci ao andar térreo) Portanto, ela só quer ficar assim: PELADA. E com a fralda arriada até o meio do bumbum. Volta e meia está se coçando e arrancando as pelinhas. Até a Ísis tem se ocupado em descascar a irmã.

Quinta-feira, 25 de março de 2010.

O antibiótico que a Laís está tomando é um veneno pra mim. Antes o receitado foi a amoxacilina, mas eu também sou alérgica. Não houve jeito. Tenho que dar claritromicina duas vezes ao dia. Ela não é muito boa de tomar nem vitamina C, que dirá qualquer outra coisa que não seja sorvete de creme, único doce que ela gosta. Fora a preferência pelo sabor salgado, Laís também tem como característica sua imensa força. Na madrugada era necessário às vezes três enfermeiras para segurá-la. Eu nem tento, chamo logo o pai. É ele quem segura para tirar sangue, levou pra furar a orelha... Nestas horas eu só faço chorar. Só que hoje, infelizmente, ele não estava e eu levei uma bela cusparada dentro do nariz! Mais cinco minutos e... pronto! A minha garganta já estava grossa, arranhando. Deixei as duas com a avó e corri para o hospital. Invadi a enfermaria, nem deu tempo de esperar o médico me chamar, tamanho o meu desespero. Edema de glote não era o melhor jeito de me lembrar daqui a algum tempo que a minha filha, aos dois anos, era campeã em cuspe a distância. Agora à noite, improvisei uma máscara usando uma toalhinha de mão e uma tiara. Aquelas que são vendidas nas farmácias são feitas de TNT e confesso que pensei: “E se alguma gotinha ultrapassa o tecido?” Quem já teve uma reação alérgica desse porte entende a minha neurose... Aos outros, eu desejo que nunca passem por isso. E, novamente, agradeço a Deus: ainda bem que a reação foi em mim, e não na minha filha! Já pensou? Ela ainda nem sabe falar...

Sexta-feira, 26 de março de 2010.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

De brinquinho!













Quando as duas nasceram, bem que tentamos furar as orelhinhas, mas o medo bateu à porta mais uma vez. Na clínica de vacinação, a enfermeira disse que a dona do estabelecimento proibia esta prática, pois o barulho da pistola fazia mal às crianças... O preço em outros lugares era uma quantia pra lá de astronômica, o que desanimou mais ainda, junto com o dó e as penas do ouvido sensível de nossas prematurinhas. Hoje já maduras, em pé, levamos as duas na farmácia ao lado - nossa vizinha de porta nos indicou um rapaz muito expriente na coisa - para realizar o sonho de seu pai, que já estava azucrinando meus ouvidos de tanto pedir, queria vê-las de brinquinho... Fiquei no balcão enquanto o pai entrou com a Laís. A-PA-VO-RAN-TE!!! Alguns minutos depois o choro era tanto que eu decidi entrar, pronta para assumir meu arrependimento. Mas já estava no fim. Ela, vermelha, em soluços, inchada, precisou de mais um tempo no colo do pai para se acalmar. Já eu,uma pilha por dentro, tentava conversar com os funcionários para ver se me distraía, mas de pouco adiantou. Do jeito que sou, e quem me conhece sabe, não demonstrei, sentir já estava de bom tamanho. Ísis deu menos trabalho, mas depois ficou chorosa e querendo cutucar o brinco o tempo todo. Subi as escadas tecendo meu verbo interno: "Eu não devia ter feito isso..." Elas estão felizes, bonitas, mas continuo funcionando à base de um combustível nada barato: o medo. O anti-séptico tem anestésico e já pintou nova neura:será que elas são alérgicas a esta substância? Se tem ou não fundamento, vamos esperar para ver. Depois eu conto...