segunda-feira, 26 de julho de 2010

Repetição...ou não? (Síndrome do papagaio)


Bem, estou mais calma e aceitando melhor algumas coisas... As generalizações continuam e temo me cansar se ficar repetindo incessantemente que aquele animal não é au-au, e sim jacaré, passarinho ou macaco. Para as duas, todo animal é au-au, toda criança é neném, tudo que tem tecla merece um alô e ponto final. Apesar de trabalhar com educação, acho uma chatice ficar repetindo sem parar as palavras para que depois elas mostrem para os outros o que aprenderam... Parece que todo mundo que se aproxima fica querendo testar os conhecimentos da criança, mal nasceu e já está inscrita no vestibulinho: tem que saber dizer quantos anos tem, as cores, os números, etc e tal. Me aconselharam a comprar uns DVDs malucos que ficam repetindo sem parar as mesmas palavras para estimular a fala de bebês. Os tais já ganharam até prêmio! É tão bom que a palavra falada não casa com a imagem mostrada, e repete sem parar sem relacioná-la a alguma coisa que tenha lógica. Como nada é totalmente ruim, aparecem alguns (poucos) quadros lindos de pintores famosos e a música é clássica, igualmente linda! Laís relaxou que é uma beleza, mas acredito que para aprender as cores, não serviu! Comprei uns lápis coloridos e peço para elas pegarem esta ou aquela cor, mas não quero me estressar mais com isso. As palavras tem de aparecer naturalmente, a partir das situações vividas. Só assim farão sentido e serão, de fato, aprendidas. Vale lembrar que elas são crianças, não PAPAGAIOS!

sábado, 24 de julho de 2010

Pílulas de mãe

1. Fiz umas caixinhas de dobradura que aprendi com uma colega de trabalho. Laís brincou de tirar e encaixar de novo as tampas. Quando não consegue, pede minha ajuda. Ísis rasgou, curiosidade em saber o que tinha debaixo do papel usado (eram folhas de rascunho, já impressas de um lado).

2. A febre as faz mais sonolentas e carinhosas. No lugar da agitação, curtem aninhar-se no nosso colinho... três dias de puro aconchego...

3. Inútil distraí-las para que não prestem atenção nos episódios do CSI (o pai vê todos os dias), outro dia Ísis imitava o psicopata da tela, que parecia uma cobra com a língua de fora.

4. Tanta gente querendo perder peso por aí (inclusive eu!) e a Laís consegue fácil esta proeza, a cada consulta ela perde mais um tiquinho. Aposentamos o Sustagen e a pediatra receitou Fortin. É hipercalórico, tão bom que ela toma na mamadeira e recusa o almoço... Ô dificuldade!

5. A conta da farmácia tá maior que o Everest!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Desespero em se comunicar

Ísis resolveu me bater, puxar meu cabelo e me morder quando quer alguma coisa. O que dói (literalmente) é não sabermos o que é. Na maioria das vezes, fome, e é normalmente inútil pedirmos para que ela fale o que quer... "Fala, filha, o que você quer?" O engraçado é que ela já diz muita coisa, mas suponho que seja apenas por repetição, não porque entendeu realmente o que aquilo significa, ainda que só repita determinadas expressões nas situações certas. Será que, por nervosismo ou desespero, não consegue raciocinar na hora? Estão novamente doentinhas, e sem comer quase nada, vomitando a torto e a direito, deve dar mesmo um desespero de fome. A Laís abre logo a boca: "Qué mamá!", mas a irmã ainda precisa gritar e bater. Quando fui a uma palestra sobre surdos, a doutora sempre reforçava que eles, de uma maneira geral, mostram-se agressivos antes de aprenderem LIBRAS. O desespero de não conseguir se comunicar é algo impossível de se imaginar, deve ser muito ruim. Nessas horas tento me controlar e entender o lado da minha princesa. Está crescendo, já compreende muita coisa, mas a comunicação ainda é um grande problema pra ela. Crianças mais novas talvez não se desesperem tanto, o entendimento do que acontece em volta ainda é menor. Além disso, ninguém espera que uma criança de um ano ou de meses fale do que está precisando, a nossa cobrança é maior sabendo que ela já tem mais de dois anos... Bem, enquanto isso a gente continua apanhando, tentando adivinhar o que ela quer... mas sem nunca deixar de perguntar mais uma vez: "O que você quer, filha? Fala!"