sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Tinha uma LUA no meio da página...

Era uma vez uma menina ligada nos duzentos e vinte volts. Sem parar, agitada toda a vida, curiosa como ela , ninguém conseguia segurar a imaginação, a alma e muito menos o corpo daquela criança. Filha minha, esqueci de dizer. Depois de fazer gritaria na rua, show nos consultórios e corredores de shopping, ainda dá uma piscadinha para a gente perder o rebolado. Pois é, não havia nada que segurasse esta moça numa cadeira... Até que um dia chegou algo feito carta em envelope cor-de-laranja, que a gente abriu correndinho, estávamos esperando. Era ela, a coleção de livros do Itaú. Li o primeiro livro por pedido da irmã dela, uma literata nata. Li o segundo pela metade. Tinha coisa mais interessante passando na TV. E o Lino ficou ali, caído no chão, ao alcance dos seus dedinhos. Pediu para ler, coisa que ela nunca faz. Quando o Lino apresentou a Lua seus olhos arregalaram feito nunca tivessem visto nada igual. “Ela tem uma LUA na barriga!” Foi ao fim da história, acariciou a página, suspirou de espanto, voltou ao início, recomeçou; e tudo que era comentário virou papo-poesia. A mãe lembrou do dia em que ela pediu a LUA de presente, do nome da irmã que também era ESTRELA, da dona Sofia do mesmo André que tinha a poesia tatuada nas paredes de casa... e derramou umas lagriminhas que a menina nem viu, nem sentiu quando a voz que lia tremeu; mas elas se juntaram às pontas de vento que sopravam do livro quando  Estrela rodopiava com o Lino e voaram para longe, janela afora. Rumo à LUA?