A caixa que
embalava minhas encomendas
virou uma casa , um
capacete de bombeiro
e, depois de toda
furadinha com lápis
de cor , uma caverna
repleta de icebergs .
Pecado pedir que elas parem para fazer o trabalho de casa .
Não pedi, recolhi-me ao posto de observadora atenta .
Não quero mais
ser aquela que
impede, tolhe, ordena, julga... Quero ser aquela que ajuda ,
atende, acolhe e ama . E mais nada .
Recolho-me às insignificâncias da minha humilde função : ser mãe , ainda que o cargo me custe uma casa
desarrumada (indigna de visitas mais exigentes ), um relógio biológico onde
se marcam um sem-número
de noites mal
dormidas , um
cabelo por
pintar , uma perna
por depilar ou um outro curso de pós graduação por começar .
Não procuro reconhecimento
futuro , virtudes
acadêmicas... Apenas dois rostinhos que me fitem,
ao final do dia ,
cansados de muitas e muitas invencionices ...
sábado, 31 de agosto de 2013
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Aprendendo a ler em casa
Não publiquei aqui ainda o diário da coqueluche e suas complicações porque fui postando no facebook, dia a dia e compilei tudo no outro blog.
Por estarem todo este tempo fora escola (a doença começou no meio de fevereiro) tenho tentado compensar para que elas não desacostumem de estudar e para atender ao pedido da Laís para que eu a ensinasse a ler. Faço as atividades em qualquer lugar, preciso apenas de cadernos e lápis. Parlendas, músicas e histórias são o material que elas já guardam na cabeça e servem de eixo para as descobertas. Ontem elas conseguiram reconhecer o primeiro valor sonoro, numa discussão acerca de como começava a palavra BRAVA. Para Ísis começava com B de Bernardo e para Laís, com A. Ninguém chegou a conclusão nenhuma, mas eu vi como faz diferença um trabalho sistemático, mesmo que feito assim, na sala de espera dos consultórios, no carro ou nos quartos de hospital. Na lista com os nomes das princesas, já incluí pares começados com a mesma letra. As intervenções ainda estão na fase da informação, mas aos poucos as perguntas vão se anunciando, devagar... Hoje mesmo peguei as duas sentadas na minha cama, caderno na mão, lendo com o dedinho a parlenda do 1, 2 feijão com arroz. Para uma professora alfabetizadora, é um momento que não tem preço...
Os números eu deixei com a série Umizoomi e aproveito a vontade que elas têm de falar ao telefone (principalmente com os avós) para incentivar que elas liguem sozinhas. Outro dia acordaram o avô às sete da manhã, em pleno domingo...
domingo, 10 de março de 2013
Remédio que não acaba mais...
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LAÍS
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ÍSIS
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6 :00
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ZINNAT 5 ML
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1
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6:30
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BAMBAIR 5 ML
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BAMBAIR 10 ML
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7:00
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CETOTIFENO 5 ML
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CETOTIFENO 5 ML
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7:30
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ACETILCISTEÍNA
5 ML
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7:30
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7:30
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FLUIBRON A
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12:00
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14:00
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ACETILCISTEÍNA
5 ML
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15:00
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17:30
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ZINNAT 5 ML
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18:00
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1
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1
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18:30
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CETOTIFENO 5 ML
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CETOTIFENO 5 ML
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19:00
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19:30
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20:00
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ACETILCISTEÍNA
5 ML
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SE PRECISAR ,
NEBULIZAR A LAÍS COM
SORO + 10 GOTAS
DE MUCOSOLVAN
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Cada hora tem a sua coisa...
Quem acompanha o meu blog sabe que minhas filhas nasceram prematuras, com 31 semanas, todas duas com menos de dois quilos e a Ísis, com dificuldade respiratória. Já narrei antes que elas demoraram para sentar, engatinhar, andar, falar, tirar a fralda e... eu pensava que tinha me livrado de estresses deste tipo, das cobranças, comparações e do sentimento de culpa... Mas não me livrei! O aniversário de cinco anos se aproxima e agora tem a angústia da alfabetização. Em post recente, eu contei do entusiasmo da Laís com a leitura, que ia começar a alfabetizá-la em casa, etc. Só que hoje, quando comecei, notei que não vai ser nada fácil, é provável que demore bem mais do que eu estava imaginando...exatamente como foi com todas as outras etapas... Eu sei, já devia estar conformada, mas é que agora o buraco é mais embaixo, a pisada é no meu calo. Eu não sou uma mãe qualquer, sou uma pedagoga que trabalha com formação de professores alfabetizadores, tenho cursos, experiência, um nome a zelar!!!! E aí as pessoas vêm me dizer felizes como seus filhos são inteligentes, adiantados, pensam rápido... eu não consigo escapar de não ficar arrasada! Logo eu, que já tranquilizei tantas mães dizendo para respeitar o tempo de aprendizagem de cada criança, que cada um é mais hábil nesta ou naquela coisa, sinto na pele o sofrimento de cada uma, enxergo com mais clareza o sentido da lágrima caída... Sei que não vai ser fácil carregar este pequeno fardo (fardo grande é doença), mas tentarei não pressioná-las, tentarei não prestar atenção nos comentários maldosos, tentarei contar outras pequenas vitórias para não me sentir tão mal assim, tentarei (juro!) compará-las somente com elas mesmas e fazer deste momento tão mágico de esforço e conquista, uma estrada mais leve e de caminho seguro, como sempre foi a alfabetização de todos os meus alunos, retirando as pedras uma a uma, afinal de contas, cada hora tem a sua coisa... Por que haveria de ser diferente com elas? Só porque sou EU a mãe?
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