A caixa que
embalava minhas encomendas
virou uma casa , um
capacete de bombeiro
e, depois de toda
furadinha com lápis
de cor , uma caverna
repleta de icebergs .
Pecado pedir que elas parem para fazer o trabalho de casa .
Não pedi, recolhi-me ao posto de observadora atenta .
Não quero mais
ser aquela que
impede, tolhe, ordena, julga... Quero ser aquela que ajuda ,
atende, acolhe e ama . E mais nada .
Recolho-me às insignificâncias da minha humilde função : ser mãe , ainda que o cargo me custe uma casa
desarrumada (indigna de visitas mais exigentes ), um relógio biológico onde
se marcam um sem-número
de noites mal
dormidas , um
cabelo por
pintar , uma perna
por depilar ou um outro curso de pós graduação por começar .
Não procuro reconhecimento
futuro , virtudes
acadêmicas... Apenas dois rostinhos que me fitem,
ao final do dia ,
cansados de muitas e muitas invencionices ...