segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

De brinquinho!













Quando as duas nasceram, bem que tentamos furar as orelhinhas, mas o medo bateu à porta mais uma vez. Na clínica de vacinação, a enfermeira disse que a dona do estabelecimento proibia esta prática, pois o barulho da pistola fazia mal às crianças... O preço em outros lugares era uma quantia pra lá de astronômica, o que desanimou mais ainda, junto com o dó e as penas do ouvido sensível de nossas prematurinhas. Hoje já maduras, em pé, levamos as duas na farmácia ao lado - nossa vizinha de porta nos indicou um rapaz muito expriente na coisa - para realizar o sonho de seu pai, que já estava azucrinando meus ouvidos de tanto pedir, queria vê-las de brinquinho... Fiquei no balcão enquanto o pai entrou com a Laís. A-PA-VO-RAN-TE!!! Alguns minutos depois o choro era tanto que eu decidi entrar, pronta para assumir meu arrependimento. Mas já estava no fim. Ela, vermelha, em soluços, inchada, precisou de mais um tempo no colo do pai para se acalmar. Já eu,uma pilha por dentro, tentava conversar com os funcionários para ver se me distraía, mas de pouco adiantou. Do jeito que sou, e quem me conhece sabe, não demonstrei, sentir já estava de bom tamanho. Ísis deu menos trabalho, mas depois ficou chorosa e querendo cutucar o brinco o tempo todo. Subi as escadas tecendo meu verbo interno: "Eu não devia ter feito isso..." Elas estão felizes, bonitas, mas continuo funcionando à base de um combustível nada barato: o medo. O anti-séptico tem anestésico e já pintou nova neura:será que elas são alérgicas a esta substância? Se tem ou não fundamento, vamos esperar para ver. Depois eu conto...