sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Ainda escrevemos cartas?


Outro dia estávamos no consultório e vimos uma revista com uma reportagem sobre pessoas que ainda se correspondiam por carta.  Eu sempre gostei de cartas. Para ler, para escrever... Contei pra Laís  que trocava cartas com minha madrinha de coração, a tia Glória, durante toda a minha infância  e até há bem pouco tempo, com meu amigo João Ximenes. Ela se animou a escrever. Já escreveu cartas para três pessoas. Fui ensinando a preencher o envelope, a deixar espaço para o selo, a importância da letra bem legível... Cada vez mais me surpreendo não com o talento, mas com a vocação dela para escrever. E tenho mais certeza do valor do exemplo. Pode até ser que a sociedade não dê  a mínima para a literatura, e daí? Por aqui se dá valor e se briga todos os dias por um espaço para divulgar e valorizar a poesia que brota dos terrenos mais inférteis. Carregar água na peneira, eis a nossa sina.


4 comentários:

João Ximenes disse...

Maravilhoooso. Não é à toa que não deixo de escrever cartas. São as paixões que a gente jamais abandona, principalmente um gesto tão significativo pra minha vida e que se encontra enraizado em mim há muito tempo, e agora esse gesto se multiplicou de mãe para filha. Fabuloso e riquíssimo demais!

Fabiana Esteves disse...

Você precisava ver a reação dela quando cheguei com a sua carta na mão, João! Talvez o presente mais caro não provocasse tamanha alegria!

almadelua disse...

Lembrei de uma experiência interessante que tive a esse respeito... No período em que trabalhei no Banco, escrevi cartas para diversas pessoas, geralmente estimulando e enfatizando a ideia - do Ideal. Em dado momento, naturalmente passei a guardar as cópias comigo. Como na época a grande maioria não respondia - registrei esse trabalho como: "Cartas sem Resposta".

Fabiana Esteves disse...

Também já escrevi muitas cartas sem resposta...e outras nem cheguei a enviar.