sábado, 31 de agosto de 2013

Observadora atenta

A caixa que embalava minhas encomendas virou uma casa, um capacete de bombeiro e, depois de toda furadinha com lápis de cor, uma caverna repleta de icebergs. Pecado pedir que elas parem para fazer o trabalho de casa. Não pedi, recolhi-me ao posto de observadora atenta. Não quero mais ser aquela que impede, tolhe, ordena, julga... Quero ser aquela que ajuda, atende, acolhe e ama. E mais nada. Recolho-me às insignificâncias da minha humilde função: ser mãe, ainda que o cargo me custe uma casa desarrumada (indigna de visitas mais exigentes), um relógio biológico onde se marcam um sem-número de noites mal dormidas, um cabelo por pintar, uma perna por depilar ou um outro curso de pós graduação por começar. Não procuro reconhecimento futuro, virtudes acadêmicas... Apenas dois rostinhos que me fitem, ao final do dia, cansados de muitas e muitas invencionices...