Já eram
onze horas da noite e a Ísis há pouco havia começado a escrever um texto
ensaiado desde às sete da noite. Reconheço: ameacei deixá-la sem celular,
mas acho que o objetivo maior era alcançar a meta da irmã, que escreve muitas
histórias, todas de muitas e muitas laudas. De início pensei que ela estava
mais preocupada com a quantidade de linhas utilizadas e menos envolvida na
história. Depois notei que o tema era bem familiar: amor de mãe e
bebê, seu assunto preferido. Eu já estava ensaiando para deitar nos
braços de Morfeu e Ísis busca mais e mais linhas para provar ao mundo que
também é capaz. Para mim ela não precisa provar mais nada. No entanto, o
mundo tem seus tortos trejeitos. O mundo não está preparado para a mudança. O
mundo não está preparado para abraçar todos os ritmos. A ciência e a tecnologia
avançam muito rápido. Mas e dentro da gente? Também? Creio que não. Do lado de
dentro a mudança é uma irmã que dança baladas, só caminha a passos lentos…